Se você quiser se conhecer, observe os rabiscos

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O que a arte abstrata pode dizer sobre nós mesmos?

Isso pode acontecer pelo fato de que o espelho revela muito pouco sobre quem realmente somos. Na verdade, quase nada. Afinal, nossa identidade não está na imagem refletida, mas na forma como pensamos, sentimos e agimos.

Nos últimos tempos, tem crescido o interesse por conteúdos, cursos, terapias e livros sobre autoconhecimento. Mas o que muita gente talvez não imagine é que tintas e rabiscos também podem nos conduzir a uma clareza interior surpreendente.

E O QUE AS CORES E RABISCOS TEM A VER COM ISSO?

Quando visitamos uma galeria ou museu e nos deparamos com uma obra abstrata, a primeira reação pode ser de estranhamento, “O que isso significa?”. Mas, se nos permitirmos um momento de silêncio e contemplação, talvez esse aparente caos comece a sussurrar verdades escondidas dentro de nós.

Créditos imagem: Pinterest

Esse mergulho silencioso, provocado pela contemplação artística, é uma espécie de portal: um caminho para acessar partes de nós mesmos que, muitas vezes, escapam das palavras. Um movimento quase mágico porque atua no campo do inconsciente.

Um estudo publicado na revista PNAS revelou como o nosso cérebro interage com diferentes formas de arte, construindo experiências subjetivas. Segundo a pesquisa, a arte é criada em duas etapas: primeiro pelo artista, depois pelo espectador. Ou seja, nossas memórias, emoções e vivências pessoais se entrelaçam com a obra e a transformam em algo único para cada um.

 

Créditos imagem: prefeitura de Gôiania

Outra pesquisa, divulgada no portal Arte que Acontece, aponta que quanto mais abstrata a pintura, maior é a responsabilidade do observador em atribuir sentido e valor à obra. Ou seja, quanto menos óbvio o significado, mais espaço temos para nos projetar ali dentro.

Em outras palavras, retiradas de um artigo de 2014 da Frontiers in Human Neuroscience, a arte abstrata “liberta nosso cérebro do domínio da realidade”, que estão ocultos de nós na vida diária.

É por isso que a contemplação artística pode ser uma poderosa ferramenta de autoconhecimento. Ao nos expormos a uma obra, podemos entrar em contato com emoções e perguntas que, até então, estavam escondidas. E, com isso, ganhamos uma nova chance de compreender quem somos e como nos sentimos, e agir a partir dessas descobertas.

Artista: Jackson Pollock

Outro estudo da PNAS reforça: a arte abstrata possui qualidades que podem literalmente alterar nosso estado mental, ajudando-nos a relativizar as pressões e minúcias da vida cotidiana.

A arte, portanto, não é apenas expressão, é também espelho da alma. E, talvez, uma das formas mais sinceras de enxergarmos o que habita dentro de nós. Ela nos desperta, nos provoca, nos espanta. Nos convida a olhar de novo, de outro jeito, com mais verdade.

Afinal, por que sentimos raiva, medo, calma, tristeza ou acolhimento diante de uma pintura? A resposta diz mais sobre nós do que sobre a obra.

 

Créditos imagem: Laart

Talvez o aspecto mais bonito da arte seja justamente este: uma mesma tela pode provocar mil sentimentos distintos, revelando as singularidades de quem observa. A arte é uma professora silenciosa, e seu ensinamento é nos reconectar com a nossa própria história.

Dito isso, se quiser se conhecer, não procure o espelho. Vá ao museu

 

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