As obras de Stephan Doitschinoff são influenciadas por elementos religiosos, aspectos urbanos e possuem uma personalidade muito forte, de forma que basta bater o olho em uma de suas criações para imediatamente associá-la ao artista.
Stephan, também conhecido como Calma, é um artista paulista que vem produzindo obras de extrema qualidade desde o início dos anos 2000.
Além de telas, ele também pinta murais, tattoos e capas de disco, sempre com sua identidade e marca registrada que é associar a religião à brutalidade, violência, corrupção institucional e pobreza.
Além do tom de crítica, um dos fatores que mais nos impressiona em Calma é sua diversidade.
Um dos projetos que mais evidencia essa capacidade de diversificar do artista foi retratado no documentário “Temporal”, realizado em Lençóis, no interior da Bahia.
Neste projeto, Stephan morou por 3 anos no local (entre 2005 e 2008), contrastando muito com suas origens em São Paulo e, consequentemente, com as raízes urbanas que possuía.
Como resultado, o artista conseguiu migrar tranquilamente do seu estilo habitual para um estilo mais ocidental, seguindo tradições de artesanato folclórico da região, mas sem perder sua identidade.
Calma pintou murais nas ruas e casas da cidade, conquistando os moradores. Num desafio ainda maior, deixou sua arte mais “leve” e “delicada” ao pintar uma capela e até sepulturas.
O contraste com seu estilo tradicional é impressionante e o resultado ficou animal!
O artista também possui obras que ficaram famosas no mundo da música. Em 2006, criou a capa de “Dante XXI”, da banda Sepultura.
O disco é conceitual baseado na divina comédia de Dante Alighieri e a capa retrata bem o tema do álbum.
Já em 2010, foi convidado para criar uma animação para a música Strange Enough, da banda de hip hop N.A.S.A.
O resultado ficou muito legal, como se fosse uma peça de teatro com bonecos de vara e com o estilo marcante do artista. Confira o vídeo abaixo:
E seu trabalho musical mais recente foi a capa do álbum “Pandemonium” da banda Cavalera Conspiracy, lançado em 2014.
Aqui, a sensação que temos é de um caos total, com uma caveira em forma de tanque e vários elementos que nos passam essa sensação de agonia, de pandemônio.
Enfim, o trabalho de Calma hoje possui reconhecimento internacional, sendo que sua arte já foi exposta em Paris, Nova York, Lisboa, Berlim, entre várias outras cidades ao redor do mundo.
Stephan Doitschinoff, a brutalidade artística