Entrevista: Zéfix

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Zéfix é mais um grafiteiro que saiu do bairro do Cambuci, um lugar que revelou vários nomes fortes da cena paulistana da arte de rua. Além de mandar muito no graffiti, o cara ainda é muito sangue bom e trocou uma ideia bem legal com a gente.

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Nessa conversa, Zéfix falou sobre as suas crews, a razão por trás de seu nome, o início no graffiti, as suas motivações, referências e muito mais!

Então, se liga nessa entrevista bem legal que fizemos com o Zéfix:

 

Dionisio Arte: Da onde você é, quais são as suas crews e o por quê do nome Zéfix ?

Zéfix: Eu assinava ANX , uma crew que formei junto com o Finok, o Sagui e Toes quando éramos adolescentes. Isto foi em 2002, quando tínhamos 16 anos e durou 10 anos . O intuito era pintar em todas as zonas de São Paulo, nas cidades da grande São Paulo e no litoral.

E Zéfix é um nome que criei por causa do meu apelido “Zezé”. Não tem um significado específico, é só um nome diferente.

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Dionisio Arte: Desde quando você assina na rua? Como foi o início de tudo e o que despertou seu interesse pelo graffiti?

Zéfix: O início de tudo foi na escola em que estudava no Cambuci, um bairro que tinha vários graffitis que eu acompanhava desde criança.

Aos 16 anos, por gostar de desenhar, passei a fazer sem preocupação com nome algum, apenas por diversão. Foi uma época que eu tinha pouca informação e fui descobrindo e aprendendo tudo sozinho, observando os graffitis no bairro.

Com o tempo, passei a ter acesso à outros materiais como revistas e vídeos.

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Dionisio Arte: O que o graffiti te proporciona e o que você busca com ele?

Zéfix: No começo, era pelo puro prazer de desenhar nos muros e pela adrenalina da ilegalidade.

Hoje em dia, concilio o graffiti com meu trabalho. Procuro ter uma atividade profissional, mas sem perder a minha essência, que é pintar na rua.

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Dionisio Arte: Qual o ponto central das suas inspirações e quais suas referências?

Zéfix: Tenho várias inspirações. Cada uma delas é um momento da minha vida. No começo, me inspirava nos grafiteiros do bairro da velha escola, em quadrinhos e na cultura punk.

Com o tempo, isto foi mudando e passei a buscar outras ideias dentro da música em geral e a ver outros artistas plásticos, mas adaptando tudo isso com a leitura do graffiti.

Hoje em dia, tento não buscar muitas referências nas artes plásticas e na música, mas sim em outras formas de conhecimento como na literatura e na espiritualidade. Busco mais as coisas fora do graffiti para trazer para dentro e criar uma identidade.

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Dionisio Arte: Até que ponto o graffiti consegue comunicar-se com a sociedade? E o que você deseja comunicar com o seu graffiti?

Zéfix: O graffiti se comunica com ele presente. Depende do empenho de cada grafiteiro na quantidade ou na qualidade, independente do que ele explorar (formas, letras, trow up, street art, etc). Basta estar presente de uma forma sincera, que é nos muros das ruas.

Pode não passar nada, só a estética ou alguma mensagem, ou ficar famoso por escrever o próprio nome. Cada grafiteiro tem um propósito e é isso que torna o graffiti interessante, esses vários objetivos sem um padrão, algo totalmente livre para ideias.

O que eu desejo é que alguém olhe e sinta o que quiser, que possa inspirar ou motivar alguém a começar a fazer o graffiti. Me dedico e faço minha arte para evoluir.

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Dionisio Arte: Tendo em vista os atuais acontecimentos políticos, você acredita que o graffiti, com seu poder de contracultura, pode ser uma grande arma para essa batalha na expressão de opiniões?

Zéfix: Sim. Cada grafiteiro tem as suas ideias, valores e crenças. Acredito que, com isso, o graffiti só tem a crescer por não haver um consenso.

Seria uma bosta se todos tivessem o mesmo pensamento e posicionamento seguindo padrões. Acho que essa pluralidade e essas diferenças de posições só acrescentam para que não haja uma imposição do que é certo ou errado, do que se deve ou não defender e acreditar. A liberdade é que forma a individualidade de cada um e faz a gente evoluir.

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Dionisio Arte: Qual foi o maior perrengue na sua jornada?

Zéfix: O maior perrengue foram as vezes em que eu fui parar na delegacia e a época que tinha que me virar com pouca tinta. Mas hoje eu vejo que essas foram experiências que só me acrescentaram.

Agora, eu sei me virar com pouco e ficar mais esperto. Faz parte… não tenho muito do que reclamar .

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Dionisio Arte: E os seus planos para o futuro? Tem algum projeto em mente?

Zéfix: Meus planos e projetos são simples: manter a atividade e continuar pintando e vendendo meus materiais. É o que eu escolhi fazer da minha vida.

E quem sabe mudar os trabalhos, para ver até onde eu posso chegar.

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Então, se você curtiu o trampo do Zéfix, acompanhe o trabalho dele pelas redes sociais no Facebook, no Flickr e no Instagram.

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