Na exposição MUROS, o artista plástico brasileiro Rafael Hayashi retrata para o mundo uma das formas da sua própria identidade. A exposição está em cartaz em São Paulo e vale a pena conferir!
Através da observação de si mesmo em relação ao outro, Hayashi criou um personagem livre de fraquezas e tristezas e que luta em prol de um ideal maior que ele próprio.
É interessante observar que este personagem não trata-se de uma fantasia, mas é o resultado de um “exagero” das qualidades que o artista sempre considerou como essenciais, como a força e a neutralidade, especialmente quando falamos sobre emoções e sentimentos.
As obras produzidas por Hayashi foram criadas e selecionadas de forma extremamente racional, tendo sido moldadas para ocultar características que ele sempre teve medo de expor como a fraqueza, as emoções e a delicadeza. Consequentemente, ele deixou estes sentimentos na sombra… é a visão do artista sobre esses sentimentos que representam o seu lado “sombrio”.
Entretanto, no edital da exposição, Rafael nos contou que, de forma curiosa e incontrolável, por vezes este sombrio transparece e “quebra” a temática de MUROS, emergindo nas pinturas e trazendo momentos que podem ser compreendidos como afetuosos. É como se houvesse uma contraposição em que podemos ver violência e um abraço numa mesma obra, assim como uma expressão emocionada e raivosa em outros casos… essa antítese torna as pinturas ainda mais únicas.
O nome “MUROS” faz uma relação à uma barreira emocional, uma espécie de porto seguro pessoal do artista para com o mundo, que por sua vez é agressivo e hostil. A agressividade é uma resposta e uma forma de proteção de Hayashi.
Na opinião do artista “a arte é um nervo exposto. Um tendão tencionado prestes à estourar. No meu caso, essa tensão expressa aquilo que trabalho para mostrar versus o que luto para esconder, que insiste em se apresentar discretamente nos trabalhos. “
A exposição MUROS está em exibição na galeria A7MA até o dia 22/07 e nós recomendamos uma visita. A série de Rafael Hayashi está simplesmente espetacular e é impossível não se emocionar (cada um do seu jeito) com as pinturas.
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