Futuro cyberpunk com ramificações éticas, filosóficas e sociais. É possível? Se você pensar na estética, talvez não. Mas visualmente, o grande artista Masamune Shirow arrebentou!!
Nascido na em Hyogo, Kobe, no Japão, o artista estudou pintura a óleo na Universidade de Artes de Osaka. Durante o período em que esteve na faculdade, Shirow desenvolveu um interesse especial pelo mangá, o que o levou a criar sua própria obra completa, “Black Magic”, publicada em uma fanzine de mangá, a Atlas.
Depois disso, vieram vários outros grandes trabalhos, mas o post de hoje focará na principal obra da gloriosa carreira de Shirow, “Ghost in the Shell”.
Trata-se de um anime que se passa em 2029, formatado na nova tecnologia em que as pessoas podem fundir sua identidade e seu cérebro com o computador e a internet. Ou seja, a onipresença e a onisciência caminham juntas, lado a lado. Neste cenário criado pelo mangaká japonês, o humano-robótico é uma coisa atual e super normal.
A personagem Motoko Kusanagi, também conhecida como Major, é a responsável pela Seção 9, uma inteligência da polícia japonesa. Por causa de seu corpo robótico extremamente ágil e suas funções cerebrais humanas, Major tende a ter rapidez e fluidez nas estratégias de ação.
“Ghost in the Shell” é uma série enorme e se tornou multimídia a mais de 2 décadas. Atualmente, ela é consistida por animes, mangás, filmes, séries e até jogos de vídeo game.
Mas antes de falar dos desdobramentos de “Ghost in the Shell”, precisamos ressaltar que Shirow é um ilustrador famoso mundialmente. Seu reconhecimento internacional é tão grande e a admiração dos seus fãs possui tal proporção que, durante um bom período de sua carreira, ele chegou a ser mais popular fora do Japão do que no seu próprio país.
Provavelmente, isto ocorreu em razão do seu estilo bem característico de criar os mangás. Shirow sempre incorporou muito bem as novidades que nasciam nos comics americanos tradicionais em suas obras e, talvez por isso, ele tenha sido um dos primeiros autores a trazer os mangás do gênero cyberpunk para o mercado ocidental.
Com o sucesso enorme da principal obra de sua carreira, em 1996, veio a (inevitável) primeira adaptação da série para o cinema, com “Ghost in the Shell”, dirigido por Mamoru Oshii.
O filme ainda teve uma continuação lançada em 2004, “Ghost in the Shell 2: Innocence”.
Essa sequência veio para dar continuidade à história do primeiro filme, porém retratando o lado de outra personagem de Shirow que até aquele momento não havia sido muito fomentada, a cientista / policial ajudante Batou.
A partir daí, com o sucesso dos animes na TV e com a força de algumas publicações imersivas no cinema, “Ghost in the Shell” foi elevado à níveis grandiosos e deixou de lado a história criada por Oshii.
Foi aí que veio o 3º filme da série cinematográfica, “Ghost in the Shell: S.A.C (Solid State Society)”, baseado na continuação das histórias dos animes de Shirow.
Em junho de 2013, uma nova franquia de filmes foi iniciada trazendo “Ghost in the Shell Arise: Border 1 – Ghost Pain”. A trama conta uma história original que aborda o início da Seção 9 e mostra como o universo foi tomado pela iniciativa da fusão cyberpunk.
Em novembro do mesmo ano, foi lançada a continuação “Ghost in the Shell: Arise – Border 2 – Ghost Whispers”, seguida por “Ghost in the Shell Arise – Border 3 – Ghost Tears” em junho de 2014, e “Ghost in the Shell Arise: Border 4 – Ghost Stands Alone”, que fechou a franquia.
A série toda remete e traz casos policiais, perseguições frenéticas, estratégias de combate, e claro, muita ação.
Para mim, “Ghost in the Shell” é uma referência mundial e obrigatória quando falamos de futuro cyberpunk. Tudo na série é bem colocado, bem explicado e bem desenhado.
Masamune Shirow é simplesmente perfeito nos traços e nas ideias. Inclusive, sugiro que você procure e conheça seus outros trabalhos. Observe atentamente seus desenhos e tente entender tudo que há por trás para compreender a mensagem que ele quer passar. Você vai se surpreender!
Aliás, prepare-se, pois em 2017 a Dreamworks prometeu um live-action estrelado por nada mais nada menos que Scarlett Johanson no papel de Motoko Kusanagi.
Tente não se assustar com as familiaridades que você vai encontrar no anime e boas aventuras!!
DICA:
A série conta sobre investigações policiais e possui muitas histórias e reviravoltas. Para se ter uma ideia, “Ghost in the Shell” foi a maior referência para a produção do conhecido filme “O Homem Bicentenário”, com Robin Williams.
No Brasil, até o momento apenas um DVD com algumas histórias do anime foi lançado. Infelizmente não tivemos muitos incentivos, mas olhando pelo lado positivo, o primeiro passo já foi dado.
A JBC também prometeu o lançamento de alguns mangás traduzidos e, assim que eu tiver mais informações, eu informo vocês.
