Quem acompanha a gente aqui, já deve ter percebido que somos amantes de todos os tipos e formas de arte, mas que o graffiti é o tema mais abordado nos nossos posts.
Tendo isso em vista, ao invés de falar sobre um artista específico, hoje resolvemos escrever um pouco mais sobre a história e o significado do graffiti no Brasil e no mundo. Nossa ideia é passar rapidamente pelas origens de tudo e fazer um overview geral mostrando um pouco da evolução do graffiti.
O que hoje está em alta, ou até mesmo “na moda”, percorreu um longo caminho pra chegar até aqui.
Basicamente, o movimento do graffiti surgiu nos anos 60, na cidade de Nova York, quando alguns jovens começaram a marcar as paredes da cidade que nunca dorme.
Com o passar do tempo, essas marcas foram se desenvolvendo cada vez mais e evoluindo através de diferentes técnicas e desenhos que passaram a ser introduzidos na arte.
Por definição, o graffiti é uma manifestação artística criada em espaços públicos como paredes, edifícios, ruas, etc, sendo que muita gente considera que se trata de um tipo de inscrição feito em paredes.
Por isso, há quem entenda que as primeiras manifestações do gênero surgiram milhares de anos atrás. Alguns exemplos são desenhos feitos pelos homens das cavernas nos locais onde habitavam, no Antigo Egito e também no Império Romano.
E já que falamos de Roma, naquela época, inscrições eram feitas por manifestantes para escrever palavras de protestos nas paredes dos monumentos.
Mas na era contemporânea, seu surgimento foi mesmo nos Estados Unidos, na década de 1960.
O termo graffiti é de origem italiana “graffito”, que tem como plural “graffite” e que significa “escrita feita com carvão”.
O graffiti como nós conhecemos está diretamente ligado à uma série de movimentos, em especial ao Hip Hop.
Neste caso, podemos fazer essa associação devido ao fato da essência do graffiti expressar a realidade dura e a opressão que boa parte da sociedade vive diariamente, especialmente os financeiramente menos favorecidos. É como se o graffiti fosse a voz e refletisse a verdade nua e crua das ruas.
Os primeiros graffitis de Nova York foram feitos no bairro do Bronx com tinta em spray. Os jovens da época protestavam conta a ordem social e deram início à um grande movimento de arte urbana.
Antes de falar mais sobre o movimento, apenas como curiosidade, vale destacar alguns alguns termos e gírias que são bastante utilizados dentro do mundo graffiti ao redor do mundo. São eles:
• Grafiteiro/writter: o artista de rua que pinta
• Crew: conjunto de grafiteiros que se reúne para pintar ao mesmo tempo
• Bite: imitar o estilo de outro grafiteiro
• Spot: lugar onde é praticada a arte do graffiti
• Tag: a assinatura de grafiteiro
• Toy: o grafiteiro iniciante
Apesar do bom momento que vive o graffiti mundial, muitas polêmicas giram em torno do movimento, especialmente no que se refere ao aspecto artístico.
Por exemplo, num tempo não tão distante, há quem visse o graffiti apenas como poluição visual e vandalismo, e não como uma forma legítima de arte.
Importante não confundirmos graffiti com pichação. Esta sim, tem a intenção e se caracteriza justamente por passar a impressão de expor um “grito”, um ato de revolta em um determinado lugar ou cidade.
Ela se dá através de escritas em muros, monumentos, prédios e vias públicas em geral. Apesar das similaridades, a pichação é distinta do graffiti, que se consiste por obras muito mais complexas, que exploram diversas técnicas, cores e que transmitem informações e opiniões através da pintura.
No Brasil, o graffiti chegou no final da década de 1970, na cidade de São Paulo, numa época conturbada da nossa história, em dias de ditadura militar.
Paralelamente à arte que figurava com tudo em Nova York, o graffiti chegou aqui como uma arte transgressora, representando a linguagem das ruas e a marginalidade, sem pedir licença para expor os incômodos de toda uma geração nas paredes das ruas.
Importante ressaltar que, inicialmente, o movimento do graffiti se caracterizou por ter autores anônimos. O conceito por trás disso era transformar a cidade num suporte de comunicação artística sem delimitação de espaço, mensagem ou mensageiro.
Ou seja, a ideia principal era ressaltar o graffiti em si, e não o seu autor. Era exaltar essa vontade de se expressar para todos, uma forma diferente de arte, direto das ruas, na rua e para a rua.
Com essa filosofia, o graffiti foi crescendo e ganhando cada vez mais espaço. As mensagens passadas pelos artistas de rua brasileiros são bem diversas e abordam temas de cunho político, cultural, social, humanitário e, sobretudo, artístico.
O mais importante é levar a arte para todos, e não restringi-la somente à museus ou centros culturais.
Com o decorrer do tempo, evoluções artísticas e até mercadológicas aconteceram, o que é natural em qualquer movimento. Mas a essência do graffiti permanece a mesma!
Enfim, esse foi um breve resumo da história do graffiti e também sobre como ele chegou e se desenvolveu no Brasil até nos tornar uma potência mundial. Pra conferir mais sobre este movimento tão legal e conhecer o trabalho de artistas incríveis, é só clicar AQUI.