O post de hoje é sobre um dos writters de mais peso do graffiti em São Paulo, o grande Gomes do TWS, Os Meia de Lã, que desde 2002 estão tocando o terror pela capital paulista, seja no chão ou nas alturas.
Independente do meio escolhido para criar sua arte, Gomes segue bombardeando a cidade nos picos mais insanos com suas letras, sempre com muita qualidade e cores.
Em uma entrevista recente para a Beside Colors, ele contou um pouco sobre sua história, dificuldades e aventuras. Vale a pena conferir na íntegra (AQUI), e nós separamos algumas respostas interessantes sobre ele.
BC: Quando começou seu interesse pelo graffiti? Quais foram suas primeiras influências?
Gomes: Então, minhas primeiras influências foram fazendo tag de giz no ano de 2002. Comecei com o nome “ISNS” que significava Insanos.
Lembro que eu e mais uns amigos nos juntávamos e virávamos as madrugadas andando e fazendo tags de giz, mas sempre se ligando nos graffitis e na pichação. Aí comecei a fazer uns graffitis no final de 2003, 2004, por aí.
BC: Apesar de estar a anos no graffiti, você ganhou notoriedade pelos feitos nas laterais de prédios. Como foi a transição do graffiti feito no chão para o que é feito no alto? Da onde surgiu o interesse nessa modalidade?
Gomes: Sempre gostei de fazer rolês que ficassem mais tempo nas ruas, tipo da véia, manja?
Ando muito pelas ruas e observo tudo. Sempre gostei de ver umas coisas na rua, de impacto forte, uns lugares que chamam mais atenção e que não tem como não se ver. Foi aí que comecei a ir para as laterais.
BC: Praticar esse tipo de graffiti é algo muitas vezes perigoso e arriscado. Conte para nós algumas histórias interessantes que você já passou pintando laterais.
Gomes: Vixi, já passei por algumas nesses rolês de lateral. O que tá em jogo é minha vida e tudo pode acontecer na madrugada. Por isso, esses rolês são bem difíceis e tem que ter muita cautela, atenção, ficar atento com qualquer coisa.
Tenho algumas histórias para contar: já cai pra dentro de alguns telhados, esfolei canela, costas, já tomei choque nas pernas, costelas, já fui pintado, já apanhei de polícia, já levei paulada na cabeça de um morador e tive que levar 5 pontos na cabeça, já socorri amigos, já fui preso! É foda!
Aí os outros me perguntam: “mais pra que você faz isso? Para com essas merdas.” É foda!
Quem faz esses rolês sabe que, por mais que você queira parar, você não consegue. Pode até dar um tempo, mas tem uma hora que parece que tem algo dentro de você que é mais forte, que faz seu coração bater mais forte, faz seu sangue correr pelas veias e te fala “você tem que ir pintar!”
É uma coisa muito louca que só quem faz entende (risos).
Um fato interessante sobre Gomes é que grande parte do seu trampo é feito com rolinho e látex (tinta de parede) e que permite uma durabilidade maior do trabalho na parede, mas ao mesmo tempo exige uma habilidade diferente (às vezes mais complexa) do spray, dificultando as linhas muito finas e curvas. Outro fato que merece destaque é o uso do extensor que dificulta ainda mais o controle do rolo.
Então, para conhecer mais sobre o trampo de Gomes, não deixa de conferir o Instagram do cara!