Magrela, a artista da Vila Madalena, além de impressionar com suas obras, chama a atenção para o papel da mulher no mundo artístico.
Para a paulistana, que nunca teve a arte como primeira opção de carreira, a identificação com o graffiti foi uma surpresa.
Após trancar a faculdade de administração, ela decidiu assumir a herança artística da família, principalmente do pai que era artista plástico, e dar vida aos desenhos que antes só ficavam no caderno pessoal.
Ao criar uma oficina de graffiti, em 2007, junto com Rui Amaral (um dos pioneiros do movimento no Brasil), Mag passou a ter certeza do que a realizava profissionalmente.
A partir de traços marcados, cores em excesso (principalmente laranja) e proporções distorcidas, a artista coloriu os muros abandonados da Grande São Paulo e tornou-se um dos principais nomes femininos da arte pop.
Esse reconhecimento a fez, paradoxalmente, conhecer a si mesma. Vendo a importância do seu trabalho para o mundo artístico, passou a utilizar seu corpo como fonte de inspiração.
Spray e tinta esmalte foram os principais materiais que a ajudaram a criar as mulheres que, ora desconfortáveis e machucadas e ora sorridentes e pensativas, representavam o estado de espírito da artista e a maneira como encarava o mundo.
Além desses materiais, um diferencial da arte da Magrela é uso de azulejos para compor os desenhos.
Segundo ela, eles quebram a ‘’brutalidade’’ do graffiti, dos seus traços e da cidade em si. Crítica e intérprete da sociedade, Magrela aproveita-se das fusões que a cultura brasileira oferece como a luta pela melhoria, a fé, o profano e o ancestral para criar sua arte.
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