Direto do interior de São Paulo surgiu o grafiteiro MEDO, que possui um estilo “selvagem” bem legal. Conheça mais sobre o trampo do cara e como ele atingiu esse nível de perfeição na hora de trabalhar suas letras.
Paulo Ricardo da Silva, conhecido nas ruas como MEDO, tem 30 anos de idade e é natural da cidade de Limeira.
Seu estilo “Wild Style” apresenta letras entrelaçadas quase inelegíveis, geralmente contendo setas, curvas e retas, porém ele também foca no “Trow-up”.
Nos últimos trabalhos de MEDO, podemos perceber uma pegada que mescla as cores, utilizando paletas combinadas desde o fundo até o friso final, sombra com profundidades e efeitos com “fatcap” New York.
Seu nome artístico surgiu logo que Paulo começou a grafitar, por volta de 2003. A razão de um nome tão diferente se deu pelo fato de que, naquela época, ele tinha muito medo de altura e não conseguia subir em qualquer lugar.
Buscando evoluir como artista, Paulo chegou a cursar a faculdade de design gráfico por um ano e meio, mas não se adaptou e acabou mudando de curso. No final das contas, ele se formou em artes visuais pela FAAL – Faculdade de Artes e Administração de Limeira.
Atualmente, além de mandar demais no wild style, ele também trabalha como arte educador há 10 anos na sua cidade natal e nas regiões próximas. Lá, MEDO desenvolve oficinas de graffiti em três projetos: o “Ramatis” e o “Cultura de Paz”, em Limeira, onde crianças e adolescentes de 10 a 17 anos são atendidas, e o “LA – Liberdade Assistida”, em Cosmópolis/SP, em que ministra oficinas de graffiti para os adolescentes que estão passando pelo processo de reeducação social. Este trabalho importantíssimo para a recuperação do ser humano é desenvolvido através do “Creas”, um departamento que auxilia os ex-internos da “Febem” e conta também com assistentes sociais e psicólogos.
A arte de Paulo reflete o seu cotidiano, onde ele vê pessoas, prédios, casas e arquiteturas diversas. No seu processo criativo, o artista sempre utiliza sketches feitos com lápis e caneta especial para contorno em folhas de sulfite A4. O objetivo é evoluir a coordenação motora aperfeiçoando o contorno do spray na parede.
Por trás do seu graffiti, MEDO procura passar a mensagem de pintar mais e mais na rua, pois a grande maioria da população brasileira não é habituada a participar de eventos culturais e exposições em geral. Assim, para ele, o fato das pessoas serem impactadas pela street art faz com que elas vivenciem a cultura e a arte ao mesmo tempo.
Além das letras “selvagens” que se tornaram sua principal marca registrada, o artista também curte bastante o “Piece” e o “3D”. Entre alguns nomes que o inspiram estão Can2, Dare, Fisek, Does e Binho.
Para acompanhar o trampo de MEDO mais de perto, siga o cara no Instagram, Facebook e Flickr.