Direto de Interlagos, na zona sul de São Paulo, vem Lechô, um dos caras que melhor representa o graffiti vandal na atualidade. Trocamos uma ideia bem legal com o grafiteiro.
Lechô já deixa sua marca nas ruas desde 2004 e uma de suas crews é a TWS, a mesma do grande Gomes. Nessa entrevista, ele falou como entrou para o mundo da street art, da onde surgiu o seu nome, além das razões que o motivam a continuar fazendo sua arte, entre outras coisas.
Confira como foi este bate papo bem legal:
Dionisio Arte: Da onde você é, quais são as suas crews e da onde surgiu o nome “Lechô”?.
Lechô: Sou da zona $UL, de Interlagos. Represento Os meia de lã (TWS) e Os Registrados no código penal (OS RGS).
O apelido vem desde pivete, por causa de um pisante que eu tinha e também por que os moleques gostavam pouco de uma resenha (risos). Aí acabou pegando… LECHÔ!
DA: Desde quando você assina na rua? Como foi o início de tudo e o que despertou o seu interesse pelo graffiti?
Lechô: Sempre admirei arte e desenho desde pivete. Também sempre curti caligrafia, pichação, graffiti e tattoo. E ainda tem o fato de eu sempre gostar de adrenalina.
Juntando tudo isso com uma cultura marginal que veio naturalmente para mim desde sempre (como skate, picho e hip hop em geral), sempre levei isso como estilo de vida. A partir daí, as coisas fluíram, já fazia folinha em 2000 e admirava o role de outros artistas nas ruas de São Paulo.
Este foram os caras que me incentivaram e incentivam até hoje. E foi a partir de 2004 que eu comecei a riscar “sério” nas ruas.
DA: Qual o verdadeiro sentimento nos roles das alturas? Quando você está pintando lá, passa algo pela sua mente nestes momentos?
Lechô: Pra mim é como uma válvula de escape, me satisfaz, preenche minha cota de loucura diária. É um hobby extremamente viciante.
Quando tô lá em cima é só adrenalina e satisfação!
DA: Quais os caras que te inspiram e de onde vem as suas bases?
Lechô: Mano, já me inspirei em muita gente, desde os bombers de NYC, até o letreiro de gangues chicanas, pichadores em SP… inspiração é o que não falta!
Minhas bases vieram da prática mesmo, no começo tive mais contato com os pichadores mesmo. Aqui onde moro, sempre teve uma $afra pesada da rua.
DA: O que te motiva a fazer o que faz? E por que você faz?
Lechô: Primeiro por que eu admiro a arte de rua. Sempre admirei e qui fazer parte. Depois, por que consigo me expressar e sou viciado em adrenalina.
É algo que também melhora o meu círculo social, pois fiz inúmeras amizades… é algo que vem só para somar. Quer dizer, tem suas desvantagens por que é perigoso, mas é daí que surge a essência do trampo.
DA: Pra rapaziada que tá chegando agora, quais as dicas que você deixa?
Lechô: Chega no sapato, na humilde e será bem vindo em qualquer lugar.
DA: Para você, tem certo e errado no graffiti?
Lechô: Certo e errado não. A arte é sua e cada um se expressa da maneira que quer. Só não pode faltar o respeito com o movimento.
Existem regras, mas isso todo mundo sabe, não pode atropelar e fazer o seu corre no meio das letras de outro mano. Cada ação gera uma reação, então se você curte o movimento, o mínimo é saber como chegar.
DA: Lechô, o que nos aguarda para os próximos anos? Já tem algo em mente?
Lechô: Caminhar sem direção é não sair do lugar. Progre$$o e evolução e fé em DEUS.
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