Um dos temas que a gente mais gosta de ver dentro da arte é a crítica. E foi justamente pelo tom crítico das suas narrativas que Pedro Diaz Mattos chamou nossa atenção com colagens surrealistas cabulosas.
O artista deu início a sua carreira no ano de 2005 escrevendo em blogs e sites focados em artes e literatura. Na verdade, ele também é escritor, sendo autor do livro “Kuboa”.
Mattos já participou de diversas mostras e exposições coletivas e desenvolveu trabalhos ligados à arte visual, à videoarte e até já criou esculturas.
Inclusive, as artes visuais possuem um papel essencial em sua rotina profissional, sendo algo que inspira e é ponto-chave na elaboração dos seus textos.
Foi justamente essa conexão direta com as artes visuais que fizeram com que o projeto “Navalha Breve” nascesse.
O projeto traz colagens que apresentam um conflito entre as pequenas frases (os aforismos) e as imagens, adotando um tom totalmente surrealista.
Mas melhor do que a gente descrever o “Navalha Breve”, separamos um breve texto em que o próprio Pedro fala sobre o projeto. Olha só:
“O Navalha Breve é um projeto contínuo de colagens, frações de narrativas desconectadas.
Sem nenhum recurso digital, em um processo manual de recortes, os cartazes nascem da leitura diária de jornais, revistas, anúncios e todo o lixo narrativo que inunda os dias. Cadáveres esquisitos, aforismos visuais e tentativas de homicídios gramaticais.
Um projeto sem destino que leva os leitores para um universo criticamente surrealista.”
A inspiração para criar as colagens vem de capas de discos antigos de jazz. Aliás, uma das coisas que a gente mais curtiu nas colagens foi essa pegada retrô que é muito legal.
O mais interessante no “Navalha Breve” são as narrativas que abordam um contexto político-social e também a relação com a literatura. Ou seja, o lado escritor de Pedro se faz muito presente mo projeto.
O curioso é que, no início, os cartazes eram criados apenas como base para os contos do artista. Porém, a arte em si se mostrou tão poderosa que, aos poucos, “ganhou corpo”, deixando de ser uma coadjuvante e tornando-se uma protagonista.
A nível de curiosidade, vale dizer que Pedro buscou inspiração nos “Cadáveres Esquisitos”, direto do surrealismo francês, para trabalhar com seus aforismos que são simplesmente geniais.
O processo criativo do cara é bem interessante, sendo totalmente manual, algo cada vez mais raro hoje em dia.
A estética surrealista das colagens vêm de jornais e revistas antigas e têm como objetivo estabelecer o máximo de conexões possíveis entre palavras que estão fora de contexto, criando assim frases surreais que se complementam com imagens. É o que ele chama de metodologia “Texto Colagem”.
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Se você também se amarrou nas colagens insanas de Pedro Diaz Mattos que unem a arte à literatura e criam novas frases e imagens com o mínimo possível de recortes, a gente recomenda fortemente que você siga o cara no Instagram e também no Facebook para acompanhar as notícias e novidades em primeira mão!