Walter Nomura, mais conhecido como Tinho, é um dos grandes nomes da arte de rua brasileira, sendo um dos principais representantes da “velha-guarda” do graffiti no país.
Ao lado de Binho, Os Gêmeos, Speto e tantos outros grandes artistas de rua, Tinho marcou a geração que deu início e fortaleceu o movimento do graffiti em São Paulo e no Brasil.
Desde muito novo, seja através do skate, ao andar pelo centro de São Paulo na época em que trabalhou como office boy ou mesmo pelas referências de filmes americanos e revistas de skateboard, ele sempre foi impactado pela contracultura.
Tudo isso influenciou seu envolvimento com o pixo e com a arte de rua como um todo.
Podemos dizer que o conhecimento artístico de Tinho é bem amplo, pois além de todo o seu trabalho incrível nas ruas, ele também possui uma formação em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado, a FAAP, uma das melhores faculdades do país.
Essa mescla entre a formação acadêmica e a experiência que adquiriu com a street art fez com que o graffiteiro criasse um estilo muito interessante.
Nas suas criações, Tinho mistura reflexões artísticas, poéticas, de esperança, de revolta e, algumas vezes, depressivas, à uma estética que remete muito ao graffiti dos anos 80.
É uma pegada vandalista com traços simples e com tudo feito no spray.
Um símbolo que Tinho utiliza bastante são as suas crianças pálidas. Através delas, ele critica e discute temas sociais importantes como a solidão, a rotina, a vida, a infância, a política e a discriminação.
Tudo isso colocando uma pergunta por trás da sua arte… é como se ele pedisse para o que o espectador tome alguma atitude ou simplesmente reflita sobre o tema proposto.
Outra marca registrada do artista é o seu boneco feito de retalhos. Este personagem invoca a reflexão através de uma simbologia muito interessante.
Por trás da sua estética alegre e colorida, há uma clara indagação filosofal sobre identidade. É mais ou menos assim: por mais que ele seja belo, é feito com sobras e fragmentos de outros bonecos.
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O vídeo acima produzido pelo site Mistura Urbana mostra um pouco sobre a vida e a carreira artística de Tinho nas ruas. Vale muito a pena assistir!
Atualmente, ele possui duas linhas de trabalho, dois meios de atuação. Além da street art, o artista também desenvolve um trampo bem legal no seu atelier.
Quanto à isso, ele separa bem as coisas, trabalhando com graffiti e com intervenções urbanas no ambiente externo, sempre mantendo o foco em um diálogo com as pessoas que circulam pelo ambiente em que sua arte está pintada.
Como dissemos anteriormente, a intenção do artista é levar uma mensagem à elas.
Já no atelier, a pegada é diferente. Por se tratar de um ambiente fechado, Tinho tem liberdade total não só para pintar, mas também para pensar e criar através de outras linguagens, como instalações site specific, performances, colagens e por aí vai.
É como se ele buscasse por um diálogo mais íntimo com o espectador que foi até o espaço fechado em que haverá o contato com o seu trabalho.
Uma coisa em comum entre a arte das ruas e a arte do atelier são os assuntos abordados por Tinho. Em ambos os casos, ele trabalha com as mesmas temáticas: a auto-destruição humana, a guerra pelo poder e tudo o que se relaciona à isso.
Então, se você quiser conhecer mais sobre esse verdadeiro mito, essa lenda da arte de rua brasileira, segue o cara no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Flickr.