O fotógrafo finlandês Arno Minkkinen vem desenvolvendo um trabalho espetacular desde a década de 1970. Seu trabalho é predominantemente autobiográfico e, numa era de selfies, podemos dizer que ele conseguir a façanha de inovar os auto-retratos.
Na grande maioria das fotografias de Minkkinen, ele próprio é o modelo, apesar de isto não ser uma regra. Seu trabalho traz algumas partes do seu próprio corpo nu (e de outras pessoas também), o que ele considera (a nudez em si) um caminho para a espiritualidade.
Nas suas criações, é impossível não se encantar na maneira como ele utiliza o reflexo da água, o formato das rochas e outros elementos da natureza para integrarem partes do seu corpo ao meio ambiente.
Minkkinen procura o que está “escondido” nas fotos perante os olhos humanos. O objetivo é mostrar as paisagens para que consigamos ver o que elas têm de essencial.
Para isso, o fotógrafo literalmente se torna parte das paisagens e chama a atenção do espectador deixando a dúvida no ar sobre como ele se colocou naqueles lugares e situações. O mais inacreditável de tudo isso é que suas fotografias são auto-retratos, ou seja, selfies.
Elas tornam-se ainda mais espetaculares simplesmente pelo fato de serem selfies, afinal como ele conseguiu fazer aquilo tudo sozinho? O nível de complexidade beira o surreal.
As fotos não são manipuladas nem editadas em programas de computador após serem tiradas, o que quer dizer que e o processo criativo do finlandês exige muito estudo do ambiente, da angulação e de enquadramento. Tudo isso pensando sobre como o corpo vai se unir a paisagem.
Um detalhe curioso é que até 2012, ele utilizava somente equipamento analógico. Ou seja, só era possível ver como as fotos ficaram depois de revelar os filmes.
A arte de Minkkinen é idealizada em suas fotos para que o público imagine uma janela para o mundo. Não só uma janela, mas também um espelho, pois como já foi dito, ele se mostra com frequência nas suas criações.
Basicamente, seria como um auto-retrato numa janela, um outro lado das selfies tão populares dos tempos modernos. Além da temática ser interessante por si só e super atual, esse lado filosófico por trás da suas fotografias ainda ajudam a tornar o seu trabalho ainda mais completo.
A forma com que o fotógrafo finlandês interage com a natureza apresenta um resultado final fascinante, onde geralmente não se sabe onde começa o corpo e onde termina a natureza, e vice versa.
A fotografia abaixo em que ele se encontra com os pés e a cabeça na água evidencia muito bem isso e ainda possui uma pequena curiosidade. Neste trabalho, Minkkinen calculou que seria necessário esperar 30 segundos para que a água parasse completamente e o efeito desejado fosse atingido. Assim, ele prendeu a respiração por esse tempo e utilizou um cabo disparador que ficou submerso com o auxílio de pedras. Após revelar a foto, ele ficou incomodado com um pequeno ponto preto nas suas costas, bem na altura da última costela. Porém, o incomodo durou somente até ele descobrir que se tratava de uma mosca.
Um outro trabalho impressionante do fotógrafo é o Viajante Frequente (veja abaixo). Esta foto foi idealizada pensando nas origens de seu pai, que nasceu no Japão, dele próprio, que nasceu na Finlândia, e de seu filho, que nasceu nos Estados Unidos.
Assim, ela foi feita em 3 estágios. Com a mesma câmera, Minkkinen tirou uma foto em cada país (a primeira no Japão, a segunda na Finlândia e a terceira nos EUA) e depois revelou tudo para ver o resultado final. É simplesmente sensacional!
Para conhecer mais sobre o trabalho espetacular do fotógrafo finlandês Arno Minkkinen que vem sendo desenvolvido a praticamente cinquenta anos, confira seu perfil no Facebook ou acesse seu site oficial.