Pra variar um pouco os assuntos aqui do blog, resolvemos fazer uma série sobre a arte egípcia, um verdadeiro clássico da história da humanidade. Como o assunto é bem amplo, vamos dividir a série em temas, sendo que o primeiro deles é a pintura.
Arte Egípcia: Pinturas
Na antiguidade, era comum na arte egípcia o fato de se estar mais interessado na arquitetura e nas esculturas do que nas pinturas. Justamente por isso, por essa “prioridade” que existia na época, diversas pinturas permanecem, até hoje, presentes na decoração das tumbas.
Mas as tumbas não são os únicos locais onde a arte egípcia era notada.
Naquela época, a arte egípcia, assim como outros tipos de arte, como um todo estava fortemente ligada à vida religiosa. Isto quer dizer que a grande maioria das obras (e aí, além da pintura, incluímos também as esculturas e obras arquitetônicas) remetiam à temas religiosos.
Com isso, era comum que as pinturas da arte egípcia fossem feitas nas paredes das pirâmides, retratando a vida dos faraós, detalhando a vida após a morte, mostrando algumas ações dos deuses, entre outros temas ligados à religião.
Uma curiosidade é que, apesar da aura religiosa que acompanhava a arte egípcia, era comum que cidadãos ricos do Egito tivessem murais em suas casas, elaborados com uma textura extremamente refinada.
Entre as principais características do estilo, podemos citar que a arte egípcia era essencialmente algo simbólico e que segue padrões bem rígidos de representação.
Um bom exemplo desses padrões é a lei da frontalidade, muito utilizadas na arte egípcia da época. Na regra da frontalidade, um ser humano não deve ser pintado com a cabeça, membros inferiores e superiores virados pra frente. Porém, os olhos podem!
O tamanho / dimensão e a posição dos elementos / figuras presentes no espaço das obras eram estipulados de acordo com regras hierárquicas. Importante ressaltar que essas áreas espaciais sempre eram muito bem definidas na arte egípcia.
É só pensar que a hierarquia era seguida de acordo com o “peso da alma” de cada figura. Ou seja, quanto mais importante uma pessoa fosse dentro do reino, maior ela deveria ser na arte egípcia. Isto quer dizer que o tamanho das figuras seguia a seguinte lógica: o Faraó (ou deus representado na obra), a rainha (ou príncipe), os sacerdotes, os servos e o povo.
Os artistas da época não trabalhavam com a técnica da perspetiva, ou seja, a arte egípcia não trazia a sensação do tridimensional.
Os traços utilizados na arte egípcia seguem um padrão estilizado e bem rígido, e as cores são aplicadas em manchas uniformes. E por falar nas cores, vale ressaltar que as tintas eram obtidas diretamente da natureza, através de pó de minérios, substâncias orgânicas, e por aí vai.
Outro ponto bem comum nessa arte egípcia é escrita hieroglífica. Pra quem não sabe, os egípcios escreviam usando desenhos e não utilizavam letras como nós.
Eles desenvolveram três formas de escrita: os Hieróglifos, a Hierática e a Demótica. A escrita hieroglífica é baseada em desenhos e símbolos da arte egípcia que representam ideias, conceitos e expressões.
Dependendo da forma como a gente olhe pra arte egípcia, poderemos identificar um certo primitivismo. Mas esse aspecto é proposital e ocorre devido à função simbólica das representações por trás das obras.
Isto pode ser claramente percebido quando olhamos o aspecto das pinturas da arte egípcia, que tendia para o eminentemente esquemático, o iconográfico.
Mas voltando a falar um pouco da pintura nas tumbas, o conceito pensado na arte egípcia era de mostrar a vida após a morte como algo agradável, que fosse bom.
Assim, os temas mais comuns pintados nas tumbas durante a arte egípcia incluíam a jornada para outro mundo, atividades que o morto gostava de praticar enquanto estava vivo e que, certamente, gostaria de continuar fazendo ao decorrer da eternidade, e divindades protetoras que apresentavam o falecido para os deuses.
Pra fechar o post sobre arte egípcia, não podemos deixar de citar o “Livro dos Mortos”, um dos maiores símbolos da arte e da cultura do Antigo Egito.
Trata-se de um rolo de papiro com rituais funerários que era posto no sarcófago do faraó morto, ilustrado com cenas muito vivas, que acompanham o texto com uma eficácia bem singular. O “Livro dos Mortos” era formado de tramas de fibras do tronco de papiro, as quais eram batidas e prensadas transformando-se em folhas. Um exemplo histórico da arte egípcia.
A arte egípcia foi caracterizada por ser um estilo muito avançado tecnicamente, não somente nas pinturas, mas principalmente na escrita avançada. Os egípcios também eram muito religiosos, com uma crença politeísta (isso é, cultuavam vários deuses).
Sem dúvida alguma, a arte egípcia foi responsável por direcionar toda a hierarquia e relações sociais daquele povo. Justamente por sua crença politeísta, os egípcios acreditavam que esses deuses poderiam mudar a vida do povo e também acreditavam na vida após a morte.
Por isso, a arte egípcia era muito forte nos túmulos, estátuas, vasos e pertences que ficavam com os mortos. As tumbas eram uma construção idêntica a casa onde os faraós moravam durante a vida. Grande parte da arquitetura egípcia era construída devido a morte de alguém.
Quanto mais importante a classe social de alguém, essa pessoa era sepultada na chamada mastabas, que futuramente, dariam origem as grandes pirâmides. Os egípcios acreditavam na imortalidade da alma. Por isso, também criam que caso o corpo do falecido fosse danificado ou profanado, aquela alma iria sofrer durante toda a eternidade.
A partir daí, surgiram os processos de mumificação e todos os itens onde as múmias eram mantidas, tudo pensado pela arte egípcia para protege-las durante toda a eternidade. Em relação a pintura, os faraós convocavam artistas para pintar e desenhar nas pirâmides, túmulos e paredes paperwriter.org. A representação (que marcou a arte egípcia e posteriormente ficou conhecida como “lei da frontalidade”), visava retratar a vida daquele que estava sendo retratado.
Até mesmo as cores da arte egípcia tinham um significado especial: Preto se associava a morte e a noite e era extraído do carvão de madeira; O branco, era a verdade e a pureza, que era extraído de gesso e cal; O amarelo representava a eternidade, que por sua vez, era extraído do óxido de ferro; O vermelho era a sexualidade e energia, junto ao poder, cuja cor era encontrada em materiais ocres; O azul significava o céu ou o rio Nilo.
A cor era extraída do carbonato de cobre; E o verde era a regeneração da vida. Essa cor erra obtida através do malaquite do Sinai. Análise 14 – Otimização 08 de dezembro de 2016 A arquitetura da Arte Egípcia era um marco de durabilidade para a época. Sem sombra de dúvidas, as três pirâmides do Egito são uma das obras mais conhecidas da arquitetura. A esfinge de Gizé também é um marco arquitetônico atualmente e foi uma referência da época.
Cada local tinha uma função própria. As pirâmides eram os túmulos dos faraós, que na cultura do Egito, eram considerados os representantes dos deuses na terra. Por isso, o formato de pirâmide. A base representava o faraó enquanto a ponta era a ligação dele com os deuses. Já o mastaba era o túmulo dos egípcios da elite nobre.