Quando conheci a página dessa ilustradora gaúcha no Facebook, o que mais chamou minha atenção foi seu nome: Anna Grrrl.
Na altura dos meus 25 anos, senti que voltei dez anos no tempo, e me vi usando minha camisetinha do Distillers na porta de uma casa de shows quente e abafada do interior, mexendo na minha mochila cheia de bottons.
O maior deles, preto e branco, tinha estampado as palavras “Riot Grrrl”. Foi inevitável não associá-lo ao nome da artista.
“Riot” significa motim, e “grrrl” é uma mistura de “girl” com “grrr”, onomatopéia de rosnado.
O movimento surgiu nos anos 90 em protesto ao machismo no meio punk (e rock, no geral), que subestimava a capacidade das mulheres de tocarem instrumentos e formarem suas próprias bandas. A expressão apareceu pela primeira vez numa fanzine criado pelas integrantes do Bikini Kill, que também usavam sua música para propagar ideias feministas.
O importante não era apenas o som, mas a mensagem: empoderamento feminino, desigualdade de gêneros, machismo e denúnicas de violência e preconceito contra a mulher.
Penso o mesmo sobre o trabalho da Anna. Os traços, cores e detalhes de seus desenhos são lindos, mas o que realmente encanta é o que está por trás deles.
Como ela mesma disse em uma entrevista para o site Obvious, “expondo os problemas do sexismo através da arte, mostro que é algo que acontece todos os dias, com todos nós e que deve ser combatido”.
Para saber mais sobre o trabalho da Anna Grrrl e compartilhar suas artes por aí, você pode curtir a página no Facebook e segui-la no Instagram.
Aproveito para divulgar também o seu “Projeto Furiosa” do Catarse, que tem como objetivo criar um site para venda de camisetas de artistas independentes.
Riot Grrrls e o feminismo ilustrado de Anna Grrrl